A minha primeira leitura do Pequeno Príncipe, foi quando eu era adolescente e estudava na Aliança francesa da minha cidade. Foi o primeiro encantamento.
Em seguida li a tradução para o Português de Dom Marcos Barbosa. A poesia de Dom Marcos, me apaixonou.
O Livro nunca saiu da minha memória. Sempre era citado por intelectuais ou não. Gente gostava, gente não gostava. Gente achava muito infantil ou muito complexo. Era o livro das misses, sempre citado como o livro preferido das candidatas.
Depois saiu uma adaptação para LP com trilha sonora de Antônio Calos Jobim e as vozes de vários atores: A voz do Pequeno Príncipe ficou a cargo de Glória Cometh, Oswaldo Loureiro Filho (o Acendedor de Lampiões), Margarida Rey (a Serpente), Benedito Corsi e Aury Cahet (a Rosa). Paulo Autram (o Piloto). Adaptação Fiel à tradução brasileira de Dom Marcos Barbosa.
Na minha primeira viagem ao exterior, sem saber o que trazer de recordação para mim, comprei um exemplar em espanhol, afinal estava na Argentina. Isso, trazer um exemplar do Pequeno Príncipe, virou mania. Em todas as viagens que fazia fora do Brasil procurava trazer o livro naquele idioma.
Com o tempo fui criando uma coleção: Francês, Português, Espanhol, Italiano, Inglês, Alemão e outras línguas de países que visitava. Nada sério, simples lembranças de viagens.
Aos poucos fui descobrindo que o livro também era traduzido para os dialetos das línguas oficiais. E eram tantos, e como eu nunca iria viajar para todos os países, comecei a pedir os amigos, para que trouxessem o livro, para mim, das suas viagens.
E aí a coleção começou a tomar forma: Russo, Grego, Chinês, Japonês, Árabe, Tailandês, e vários dialetos e línguas mortas. Latim, Sânscrito...
Recentemente descobri que não estou só neste universo, no mundo, há várias pessoas que como eu, colecionam o livro nas suas várias traduções e adaptações. O meu ídolo, Jean-Marc Probst, tem 4515 exemplares do Pequeno Príncipe, que foram editados no mundo inteiro.
Com o advento do “domínio público” em 2015, uma enxurrada de traduções e adaptações ocorreram no Brasil, de algumas eu gostei, outras nem tanto.
Entre as adaptações, o Pequeno Príncipe, virou Cordel.
A literatura de cordel é escrita em forma rimada. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas. Já temos quatro adaptações do Pequeno príncipe para o Cordel: O Pequeno Príncipe em Cordel, Autor Josué Limeira, Ilustrações de Vladimir Barros, Editora: Carpe Diem. O Pequeno Príncipe em Cordel, Raimundo Clementino Neto, Livraria Nova Aliança, 2016. Cordel do Pequeno Príncipe, Autor: Stélio Torguato Lima, Ilustração: Maércio Siqueira, Editora de Cultura Ltda. ano: 2016. O Pequeno Príncipe em Cordel, Sírlia Souza de Lima, Editora Delicatta, ano: 2017.
A Propósito do livro de Sírlia Souza de lima
Ao começar a ler o livro, me transportei para um recital de poesia, daqueles que a gente fica e sai embebecido.
Como conheço cada página do livro, em várias versões, e em algumas línguas que tenho a graça de me comunicar, as rimas foram dançando no meu olhar, e o som a rodar a minha cabeça.
Sírlia reconta a história, já não é o piloto contanto a sua aventura, é o poeta narrando a poesia do encontro.
Suas estrofes de seis versos, nos levam ao texto original com uma delicadeza quase infantil, fazendo renascer em nós, a criança que um dia fomos.
Obrigado Sírlia!
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