quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Para ser lido pelos idosos

 Saint-Exupéry viveu todas as coisas sobre as quais escreveu. Era aviador, civil e piloto de guerra, ensaísta, poeta, homem de ação e filósofo, era um dos poucos homens de ação e um filósofo ao mesmo tempo.

Seus livros são difíceis de definir: escritos sob céus diferentes e traduzidos em várias línguas, eles às vezes são chamados de "romances", mas na verdade são impressões poéticas do que o valor significa para um homem meditativo de natureza sensível.

 Antoine Marie Roger de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, França, em 29 de junho de 1900. Aos onze anos, fez seu primeiro voo. Em 1926 inicia a carreira de aviador comercial do correio Toulouse-Dakar; França-Saara; Marrocos Senegal.

As poucas horas de descanso que ele desfrutava eram gastas escrevendo seus livros. Em 1929 aparece o Correio do sul. Mais tarde vem para a América em rota aérea do Brasil para a Patagônia. Publica Voo noturno em 1931 e neste mesmo ano se casa com Consuelo Suncín, de El Salvador.

 Em 1935 sofreu um acidente - um dos muitos que sofreu ao longo dos anos - e caiu no deserto do Saara, onde foi milagrosamente salvo por alguns beduínos.  Durante a segunda guerra mundial, ele foi para o front e escreveu Piloto de Guerra. Seu avião foi abatido pelos nazistas, ele sobrevive e se exila nos Estados Unidos. Enquanto se recuperava, nos Estados Unidos (1943), pensando em um amigo judeu que estava em um campo de concentração, escreveu uma Carta a um refém e um conto infantil, para um judeu cativo.

 Um livrinho com ilustrações feitas por ele mesmo. Um livro repleto de belas imagens, e a fantástica historieta de um menino que desce à Terra, vindo de seu asteroide B 612, após ter visitado mais seis planetas. Um menino que cria uma rosa em seu asteroide distante, que tem três vulcões que ele usa para aquecer sua comida. Uma criança que fala com animais. Tudo isso - dedicado a um pobre judeu que "passa fome e frio", que "precisa de consolo"! Este pequeno livro de aparência infantil é uma faca de dois gumes. É para crianças, mas é para seu amigo, "uma pessoa mais velha".

 O livro tem a rara virtude de encantar crianças, mas também o misterioso poder de atingir as profundezas do ser adulto.

Seu pequeno príncipe, como ele, desapareceu um dia sem deixar vestígios. Mas enquanto uma estrela brilhar, haverá um amigo. Enquanto houver um amigo, haverá esperança para o homem.