Preocupada em contribuir sempre para a perpetuação dos clássicos da literatura universal, a Ediouro acaba de preparar um presente para seus leitores. Trata-se da nova edição de “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. Em formato gift, ficou parecida com o protagonista da história: pequena em seu tamanho, mas gigante em suas virtudes. Conheça ainda mais sobre este clássico que já foi traduzido para oitenta idiomas e cativou os mais distintos povos de todos os cantos do planeta. Nessas datas de aniversário, o pequeno planeta onde mora nosso príncipe volta a ficar bem perto da Terra. Será que o menino está de novo entre nós? O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino. "O essencial é invisível aos olhos" de adultos atropelados pelo tempo, pressionados pela velocidade da vida, invisível aos que abdicam a cada instante da poesia, de sua independência – da liberdade. A aparência, as necessidades criadas pela sociedade abafam a medula da vida e até a própria natureza fica, nessa correria, submetida à cultura da pressa. A natureza dominada e aculturada é posta a serviço de objetivos determinados e medidos, usada. Os homens não parecem mais livres para fruir apenas, para unir-se e compartilhar a beleza, espreguiçar o tempo, viver. Não se atrevem. O presente é menos que um segundo. Mas eis que a pureza de uma criança pode devassar novos caminhos e desvelar emoções e saberes trancados dentro dos homens apressados. O tempo dos pequenos é o futuro, ainda nem chegou. Para as crianças, o presente é o tempo de aprender vida: olhar, ouvir, perceber, tatear, sentir. Tempo de infindáveis e insistentes indagações. Presente, - e isso a criança então não sabe -, é tempo de construir um tesouro de alegria: infância. Pela mão desse menino o leitor recupera a meninice, abrindo uma brecha no tempo, volta a sentir o perfume de uma estrela, a ouvir a voz de uma flor, a ver o brilho de uma fonte, escutar os guizos das folhas batidas pelo vento. Quebra-se por momentos a crosta que generaliza o outro em todos e torna as coisas comuns e iguais para se descobrir os carneiros dentro das caixas, os elefantes dentro das serpentes. É possível então voltar a ver indivíduos, ouví-los, perceber seus sentimentos; ver cada coisa como única. Interromper as contas, abandonar por instantes os números que sufocam e entregar-se para cativar; estar disponível para ser cativado mesmo sabendo que o sofrimento está à espreita e aprender a apreciar a saudade. É possível saber que em algum lugar do deserto há um poço de águas claras escondido e que vale a pena procurá-lo enfrentando sede e calor para refrescar-se e saciar-se com o riso da água que corre. Reconquistar a tranqüilidade e a liberdade, deixar-se alagar pela beleza, apossar-se pouco a pouco da sabedoria e do discernimento do que seja o essencial. Voltar a seguir a coerência de seus princípios, suas crenças. Sonhar. Apesar da presença explícita de dois personagens e do registro de um diálogo entre o aviador e uma criança, diversos aspectos autobiográficos estão presentes nesta narrativa, publicada pela primeira vez em 1945. Através de imagens simbólicas, as passagens de ordem temporal, na vida do autor, estão ali presentes: casamento/separação, profissões, sonhos, decepções. Os dois personagens tornam-se representações do próprio Saint-Exupéry, em um monólogo interior entre o "eu" e o "outro".
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